quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Sarah Brightman

Pareceu uma boa ideia tentar conhecer a soprano inglesa cujas vendas superaram os 30 milhões de álbuns e 2 milhões de DVDs pelo mundo. Seria uma boa foto. Consultei Estéfano, bem mais experiente em corres do que eu, e ele me disse que ela era “um amorzinho”. O que não disse é que essa avaliação baseou-se na esperiência de uma amiga que pagou pelo meet & greet.

Em 2013, apenas 3 pessoas a aguardavam, todas adultas, comportadas e experientes. Não contávamos apenas com a escalação do segurança que a acompanhou no Brasil. Embora ele fizesse esse trabalho há muito tempo - antes mesmo de eu começar a fazer corres - não nos encontramos tanto assim, pois aquela era a segunda vez em que eu o via - a primeira foi no corre do Dream Theater. Desse dia em diante, passou a trabalhar com muitos artistas grandes, especialmente com atores. Porém, com ele, é sempre dureza, sempre difícil – mesmo com aqueles que foram fáceis e amigáveis em outras ocasiões, quando acompanhados por outros seguranças. Com ele, todos os artistas “estão cansados”, “não querem contato com os fãs”... Há sempre uma desculpa.

Mal saiu da sala de desembarque e ele já a blindou. Não nos deixou tentar nada. Só repetia aos berros “não cheguem perto”. Chegou ao cúmulo de dizer que ela estava com medo de nós. Ele se colocava na frente e não permitia o menor contato visual entre nós e Sarah, e assim foi até a saída do saguão.

O carro que a levaria ao hotel demorou pelo menos dez minutos para chegar, o que é totalmente incomum, com certeza houve algum problema. Ela poderia aproveitar a espera para atender, mas fez questão absoluta de nos dar as costas o tempo todo. Nem chamávamos mais, de tão broxados que estávamos.

Quando o carro chegou ela entrou, mas pediu, para uma mulher que a acompanhava, pegar o nosso material autografável. O meu era a foto, onde ela fez questão de escrever “Love, Sarah”.


Contei o que aconteceu à Karina, que também queria conhece-la. Ela resolveu tentar ainda assim e foi, com Sara, ao hotel. Assim que o mesmo segurança do aeroporto as viu, solicitou aos funcionários do hotel que as expulsasse. Ao total, apenas 5 pessoas tentaram algum contato com ela. Nenhuma conseguiu.

Eu gostaria apenas de entender qual é o problema em dizer “não quero tirar fotos, mas ficaria feliz em autografar”. Seria honesto e nos daria uma boa lembrança, mesmo sem foto.


quinta-feira, 21 de novembro de 2013

Salário Mínimo e Golpe de Estado

Duas bandas que curto desde os anos 80 se apresentariam no Sesc Consolação em comemoração aos 35 anos da Baratos Afins. Em minha coleção de vinis, eu tinha o SP Metal com participação do Salário Mínimo, bem como o álbum Beijo Fatal da mesma banda. Lembro de receber uma correspondência que anunciava a criação do Golpe de Estado lá pra 1985 ou 1986. O que mais me atraiu em conhecer o som da banda foi a presença do guitarrista Hélcio Aguirra, ex Harppia. Quando finalmente escutei, tornei-me fã imediatamente. Golpe de Estado e Forçando a Barra foram dois dos meus álbuns prediletos na época, mas nunca pude assistir uma apresentação de nenhuma das duas bandas. Era hora de isso mudar.

Antes de entrar no teatro, acendi um cigarro e fiquei fumando em frente ao Sesc, então vi quando Luiz Carlos Calanca chegou para o evento. Ele é proprietário da loja Baratos Afins, localizada na Galeria do Rock, e também da gravadora com o mesmo nome, que lançou centenas de álbuns que, em minha opinião, tem uma importância enorme na história da música underground paulistana. Aproveitei para tirar uma foto com ele. Logo a seguir, encontrei Serguei, que fez uma participação com o Golpe de Estado neste dia.

O lendário Luiz Carlos Calanca, São Paulo não teria a mesma relevância musical sem ele
Serguei era considerado uma lenda do rock brasileiro. Faleceu em 2019

Após as apresentações, sozinho e sem uma foto para auxiliar no reconhecimento dos integrantes das bandas, não me saí nada bem. Do Golpe de Estado, consegui fotos com o vocalista Dino Linardi e com o baixista Nelson Brito, em frente ao Sesc. Como Hélcio demorou demais para sair, optei por não espera-lo, já que o tinha conhecido na Expo Music em 2012. Se eu ainda não o conhecesse seria um dos maiores erros de minha vida, pois faleceu inesperadamente aos 54 anos, menos de dois meses após esta apresentação. Se eu ao menos imaginasse que esta era a última chance, com certeza teria esperado.

Curti muito a voz e a presença de palco de Dino Linardi, a quem eu ainda não conhecia. Lembrou demais o Catalau
Com esta com Nelson Brito, agora eu tinha fotos com toda a formação que considero clássica, exceto Catalau

Retornei ao teatro e cometi uma das maiores gafes de minha "carreira", pois abordei o fotógrafo Bolívia Rock, conhecidíssimo na cena do metal e rock’n roll nacional, acreditando que era China Lee. Ele achou minha confusão engraçada e mostrou-me onde estava o vocalista do Salário Mínimo. Embora eu nunca tenha trocado idéia com Bolívia, o vi por aí diversas vezes, sempre acompanhado por sua inseparável esposa Cátia, especialmente quando o evento em questão envolvia o Made in Brazil. Ele faleceu em 2019. Para ter idéia de como sou péssimo fisionomista, Bolívia tinha cavanhaque, enquanto China estava de cara limpa, fora os outros detalhes... Realmente uma confusão nada a ver... 

Além de China, o único que ainda estava por lá era o baixista Diego Lessa. Quando postei a foto com Diego em meu Facebook, descobri que ele é o pai do filho de uma amiga. China e Diego foram os dois que consegui conhecer do Salário Mínimo nesta noite. Não vi meu alvo principal, o guitarrista Junior Muzzili, que inclusive participou das gravações do SP Metal, o cara é uma lenda. China me disse que ele saiu tão logo o show do Salário, que fez a abertura, terminou. Não consegui conhece-lo até hoje, apesar de ter feito outras tentativas após esta.

China Lee, vocalista do Salário Mínimo. Gente boa
Diego Lessa, baixista do Salário Mínimo. Curti a postura de palco dele, agita pra caramba