Pareceu uma boa ideia tentar conhecer a soprano inglesa cujas vendas superaram os 30 milhões de álbuns e 2 milhões de DVDs pelo mundo. Seria uma boa foto. Consultei Estéfano, bem mais experiente em corres do que eu, e ele me disse que ela era “um amorzinho”. O que não disse é que essa avaliação baseou-se na esperiência de uma amiga que pagou pelo meet & greet.
Em 2013, apenas 3 pessoas a aguardavam, todas adultas, comportadas e experientes. Não contávamos apenas com a escalação do segurança que a acompanhou no Brasil. Embora ele fizesse esse trabalho há muito tempo - antes mesmo de eu começar a fazer corres - não nos encontramos tanto assim, pois aquela era a segunda vez em que eu o via - a primeira foi no corre do
Dream Theater. Desse dia em diante, passou a trabalhar com muitos artistas grandes, especialmente com atores. Porém, com ele, é sempre dureza, sempre difícil – mesmo com aqueles que foram fáceis e amigáveis em outras ocasiões, quando acompanhados por outros seguranças. Com ele, todos os artistas “estão cansados”, “não querem contato com os fãs”... Há sempre uma desculpa.
Mal saiu da sala de desembarque e ele já a blindou. Não nos deixou tentar nada. Só repetia aos berros “não cheguem perto”. Chegou ao cúmulo de dizer que ela estava com medo de nós. Ele se colocava na frente e não permitia o menor contato visual entre nós e Sarah, e assim foi até a saída do saguão.
O carro que a levaria ao hotel demorou pelo menos dez minutos para chegar, o que é totalmente incomum, com certeza houve algum problema. Ela poderia aproveitar a espera para atender, mas fez questão absoluta de nos dar as costas o tempo todo. Nem chamávamos mais, de tão broxados que estávamos.
Quando o carro chegou ela entrou, mas pediu, para uma mulher que a acompanhava, pegar o nosso material autografável. O meu era a foto, onde ela fez questão de escrever “Love, Sarah”.
Contei o que aconteceu à Karina, que também queria conhece-la. Ela resolveu tentar ainda assim e foi, com Sara, ao hotel. Assim que o mesmo segurança do aeroporto as viu, solicitou aos funcionários do hotel que as expulsasse. Ao total, apenas 5 pessoas tentaram algum contato com ela. Nenhuma conseguiu.
Eu gostaria apenas de entender qual é o problema em dizer “não quero tirar fotos, mas ficaria feliz em autografar”. Seria honesto e nos daria uma boa lembrança, mesmo sem foto.