Eu, Arthur e Laari nos encontramos e fomos para o hotel Apolo, onde estava hospedado o Eluveitie. Conforme os integrantes desciam para ir ao show, fazíamos a abordagem e as fotos aconteciam, sem problema nenhum. O curioso foi que, enquanto tirávamos fotos com os músicos em frente ao hotel - localizado em uma região dominada pelos crackudos, principalmente após o anoitecer - um mendigo passou e pediu esmola para Patrick Kistler, mais conhecido como Päde, que é claro, não entendeu nada. Isso irritou o andarilho, que começou a insistir, argumentando para tentar ganhar algum trocado. Falamos para ele sair fora, porque Päde não entende português, mas pouco adiantou, ficou por perto xingando e resmungando.
Fico pensando o que passa na cabeça de um produtor para deixar uma banda nessa região, ainda mais essa, com duas mulheres. É perto da Galeria do Rock, basta uma pequena caminhada. Mas o que custa deixar em um bairro melhorzinho, sei lá, mais próximo da avenida Paulista?! Não, tem que deixar quase na crackolândia. E se um músico resolve sair para passear, ainda mais após o anoitecer, é esse o Brasil que queremos que ele veja?! Ainda mais suíços, que vem de um país tão certinho e sem problemas, se comparado com o nosso. Que choque de realidade! Felizmente, desse tempo para cá, a banda
subiu de série, ao tornar-se mais conhecida e atrair mais fãs para os shows, então passou a ser hospedada em hotéis e regiões melhores.
Nesse dia, admito, eu mal conhecia o som da banda. Fui apenas por insistência da Laari, que abordou os integrantes no ano anterior, quando vieram ao Brasil pela primeira vez, e contou que foram amigáveis demais, especialmente Anna Murphy e Meri Tadić. Desse dia em diante, me aprofundei no som, passei a conhecer as músicas e os álbuns, e o Eluveitie tornou-se uma das minhas bandas prediletas.
Admito que tinha um pouco de preconceito: como uma banda poderia tocar metal com flautas, mandola, gaita, violão, harpa, violino, hurdy-gurdy e outros instrumentos pouco convencionais ao estilo, no que parecia ser uma autêntica salada de frutas musical?! Quando deixei isso de lado, e passei a escutar, caralho, maluco! Que porrada na orelha! Adorei!
É curioso notar que, em uma banda com 8 integrantes, apenas 2 permanecem até hoje. Todos os demais foram saindo, um a um, até que em 2016 houve uma
grande treta que cuminou na saída, ao mesmo tempo, de Merlin, Anna e Ivo. Os três montaram uma nova banda imediatamente. Eu achava que a saída de três integrantes tão antigos e importantes significaria o fim do Eluveitie, e que o Cellar Darling seria uma grande banda, mas foi exatamente o contrário. Chrigel conseguiu remontar e atualizar o som, enquanto o Cellar Darling lança músicas chatas e sem graça - em minha opinião.
Por falar em Ivo, ele foi o mala do dia. Ao descer, atendeu apenas Laari e já correu para a van. Realmente estava atrasado, o resto dos integrantes já o aguardava na van há vários minutos, mas quanto tempo ele perderia para tirar mais duas fotos? 10 segundos? Eu que não iria esperar até depois do show só para conseguir uma foto com ele, ficaria para quando a banda retornasse ao Brasil.
 |
Chrigel Glanzmann é um músico completo com voz gutural. Toca mandola, tin whistle, flauta, gaita, violão, bodhrán e sitar |
 |
Kay Brem, baixista do Eluveitie |
 |
Merlin Sutter, baterista do Eluveitie. Saiu da banda em 2016 |
 |
Patrick "Päde" Kistler tocava flautas e gaita de fole no Eluveitie. Saiu da banda em 2014 |
 |
Anna Murphy, a voz feminina do Eluveitie, que também toca hurdy-gurdy. Saiu da banda em 2016 |
 |
Meri Tadić, violinista do Eluveitie. Saiu da banda em 2013. Ela não é tão alta, estava em um degrau |
 |
Siméon Koch, guitarrista do Eluveitie. Saiu da banda ainda em 2012 |