Quando foi anunciado o show do "The Iron Maidens" em São Paulo, corri para comprar meu ingresso no primeiro dia, por medo de esgotar e não conseguir assisti-lo. O problema é que me baseei por um show delas ocorrido poucos meses antes na Venezuela, que ainda não passava por uma situação tão catastrófica como hoje em dia, então elas foram responsáveis pela venda de 40.000 ingressos. Mesmo quando vivia dias melhores, o país recebia pouquíssimos shows internacionais.
O próprio Iron Maiden chegou a se apresentar por lá, mas somente em 1992 e 2009. Geralmente as bandas concentram-se mais no eixo Brasil-Argentina-Chile. Deste modo, é possível imaginar que a Venezuela vivia uma situação parecida com a de São Paulo nos anos 80, com raríssimos shows, então qualquer banda que aparecesse seria uma grande festa. Eu mesmo, se fosse um fã venezuelano de Iron Maiden, com certeza prestigiaria, é o que tem pra hoje, já que a banda original não visita muito o país.
Também contou o fato de o Brasil ser um país reconhecidamente apaixonado por Iron Maiden. Lógico que eu não esperava um estádio lotado, nem era possível, pois o Estúdio Emme, onde elas tocaram, tinha capacidade para apenas 1.300 pessoas. Justamente por essa baixa capacidade, temi pela lotação esgotada. Se pessoas pagam para ver shows de bandas covers como Children of the Beast, por que não pagariam para ver The Iron Maidens? Era um show internacional, as meninas são competentes, e a banda, aliás, era o único tributo reconhecido pelo Iron Maiden em todo o mundo.
Sobre o corre, elas estavam hospedadas no Hotel Apolo, na rua dos Timbiras. Um lugar horrível para uma banda ficar, só imagina se elas acham que é seguro e saem para dar uma volta de noite... No dia do show, eu, Léo, Kevin, Larissa e Maria Claudia fomos ao hotel. Logo que chegamos, encontramos a guitarrista Courtney Cox utilizando um computador disponibilizado aos hóspedes que precisavam acessar a internet.
Quando ela realizou o log-off no sistema, nos aproximamos e pedimos para tirar fotos com ela. Ela se levantou e simplesmente tirou a calça. Depois, contou que estava no quarto, quando decidiu usar a internet. Como o que tinha que fazer online era rápido, nem se preocupou em tirar o pijama que usava. Isso só não explica a outra calça que estava por baixo. “Mais bonitinha para tirar fotos”. Courtney é conhecida por suas performances sensuais, onde aos poucos se livra de algumas peças de roupa no palco. “Despir-se” sem aviso foi algo totalmente inusitado, mas adoramos! Curiosamente, em nenhuma das fotos, nem na minha, nem dos outros hunters, é possível ver se ela está ou não de calça, então usar uma ou outra não fez diferença alguma.
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Em sua melhor forma, a sensual Courtney Cox encantou a todos com um show impecável |
Em seguida, desceu a guitarrista de turnê, Satoru Suzuki. A guitarrista Heather Baker saiu em 2010 e a banda ainda não havia recrutado uma substituta, então Satoru foi chamada para tocar nesse turnê. Quando foi anunciada, meses após esse show, a substituta era Nita Strauss, que tornou-se mais conhecida ao integrar a banda de Alice Cooper.
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Satoru Suzuki, guitarrista de turnê do The Iron Maidens |
Léo levou um vinil da Phantom Blue, banda feminina ativa entre 1987 e 2001, cuja única baterista foi Linda McDonald, agora no comando das baquetas das The Iron Maidens. Kevin ficou curioso e perguntou o porquê dele ter levado o álbum. Quando Léo explicou, Kevin correu até a Galeria do Rock, próxima ao hotel, apenas para comprar um também.
Léo ficou revoltado. "Nem conhece a banda, por que tem que ir correndo comprar um álbum? Quer aparecer, agora?". Eu não vi nada de mal nisso. O dinheiro era de Kevin, ele fazia o que bem entendesse. Se é fã, se não é, problema dele, desde que não atrapalhasse o corre com suas chatices. Quando Linda, a mais comunicativa, apareceu, ambos entregaram o álbum para ela autografar, para mais resmungos do Léo. Curioso como ele ficou bravo com isso 😂
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A ex baterista do Phantom Blue, Linda McDonald |
Wanda e Kirsten demoraram muito para descer. Quando apareceram, já de noite, Léo as abordou e pediu para tirar uma foto com elas, que aceitaram. Porém, ao perceber que havia mais fãs, se desculparam, dizendo que não atenderiam, pois estavam atrasadas para ir ao show. Quando a van partiu, partimos também. Na casa de shows, havia no máximo 300 pessoas, mas adorei, pois isso me deu a oportunidade de colar no palco e, por sorte, fiquei exatamente em frente onde Courtney Cox passou a maior parte do tempo.

Quando terminou, toda a banda foi para um canto da casa, onde era comercializado o merchan, composto por CDs, camisetas, adesivos, fotos autografadas e palhetas. Elas não se incomodaram em tirar fotos com os fãs que quisessem. Era uma boa chance, mas estava numa desorganização total, a galera se acotovelava para se aproximar delas, então preferi sair com Kevin e Arthur e tomar um táxi, foto no hotel é sempre melhor que foto na muvuca. Mas foi uma longa espera, a banda demorou algumas horas para retornar.
Nesse intervalo, um táxi parou em frente ao hotel, e uma mulher, muito puta da vida, berrava ao celular, totalmente descontrolada. Não vou mencionar exatamente o que aconteceu, nem citar o nome do produtor, pois é uma história que envolve terceiros e não me compete, mas o fato é que ela veio em nossa direção, sentou-se ao nosso lado e pediu dinheiro para pagar o táxi.
Acabei falando com o produtor - que eu não conhecia, assim como não conhecia a mulher - ao celular, que garantiu que devolveria o dinheiro assim que chegasse ao hotel com a banda. Com o cu na mão, confiei e acertei com o taxista. Ele foi um homem de palavra: quando chegou, não apenas me pagou, como ainda perguntou quem faltava para completar as fotos. Eu respondi e ele pediu para que Wanda e Kirsten me atendessem.
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Wanda Ortiz é a baixista do The Iron Maidens |
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Kirsten Rosenberg, que adotou o nome Bruce Chickinson, é a vocalista do The Iron Maidens |